quarta-feira, 19 de novembro de 2008
perigo
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Estaremos livres?
Quando percebemos de fato, não em rodinhas de conversa ou em reflexões curtas, mas sim quando incorporamos em nossa vida e suas ações a noção de que nosso sistema econômico dominante está presente e impregnado em tudo que nos cerca, não fica tão difícil perceber que até mesmo o seu curso que tem como lema a disponibilização da informação não consegue sair de seu ninho tecnicista-empreendedor - mesmo tendo muitos resistindo heroicamente .
“Mas é claro!” Foi o que pensei ao ler o artigo. É claro que fiquei surpresa com a proposta das autoras. Simplesmente pelo fato de que na nossa área ninguém se lembra que a todo instante estamos tomando decisões e aprendendo de acordo com as regras do capitalismo. E ninguém escreve ou pensa sobre isso, ou porque não vende e não está nos currículos atuais de pesquisa ou porque... dói.
A questão não é ficarmos fazendo panfletos a todo o momento e enfiando a baixo ou acima da sociedade, mas o importante é percebermos que não só nossa profissão, mas toda e qualquer deve está em sintonia com o bem estar da população como um todo, o mundo. E não me atrevo a falar o porquê, suas conseqüências e meios - vários autores falaram e falam isso bem melhor que eu.
Mesmo que seja difícil haver desprendimento entre esse mundo do ter e o aprendizado universitário, é essencial que ao menos os estudantes tenham a chance de escolher, de tomar sua própria decisão. Ainda temos em algumas Universidades públicas essa oportunidade, porém não muito estimulada.
Ainda chegará o dia em que nossos currículos terão disciplinas mais humanas, que formem iniciados ao saber e não só reprodutores sem razão.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Idéia, artísta e público
Classe 7 da CDU: Arte. Belas-artes. Recreação. Diversões. Desportos. Especificamente 792: Representação teatral. Teatro.
Bom, na CDU, existe uma classificação que torna o livro que aborda essa temática acessível. Mas e o teatro? Ele é acessível? Ele é de fato produzido? Como? Para quem? Com que verba? Com que tipo de público?
Diferente - isso na minha visão - de outras artes, essa é essencialmente solidária e ao mesmo tempo tão exigente. Solidária pelo espaço que dá a outras formas de manisfestação artística, não só por se boazinha, mas por precisar de fato delas. As plásticas, a arquitetura, a música... Exigente por só conseguir ser completa - ou tentar - quando o público e o artísta fazem ambos seu trabalho, e bem feito. Um espetáculo que não cause uma sequência de percepções construtivas e, portanto, críticas em sua platéia não se vale da maior de suas funções e oportunidades: a construção e a liberdade de se fazer esta.
Um instrumento de cultura mágico - desculpem aos que não gostarem do instrumento, mas, também o entendo assim - que não me deixou escolhas a não ser admirá-lo e tentar ser boa o bastante para usurfruí-lo. E por ser um campo tão vasto e cheio de possibilidades, às vezes eu até me atrevo a tentar mais do que minhas, não tão grandes, pernas possam conseguir. Mas eu abstrai a parte do fracasso. O viver em si e o devir nesse meio, já me torna menos pior.
E quanto a uma frase de Magaldi, a qual ele fala que se todas as salas de teatro fossem fechadas hoje no Brasil não haveria comoção nacional, o último livro postado sobre bibliotecas possui a mesma, com outras palavras, mas com o mesmo sentido. Ou seja, nosso país ainda não percebe a importância cultural artística e informativa na sua formação enquanto ser humano, que pode ou não ser dotado de razão.
MAGALDI, Sábato. Iniciação ao teatro. 7. ed. São Paulo: Ática, 2004. 126 p.
O que será?
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
escolha
sábado, 6 de setembro de 2008
mato grosso
Esperava algo diferente, não me rendi ao título.
A história de uma amor não sucedido e que não tem grandes diferenças de outros Românticos. A não ser pelo princípio de uma descrição mais real do ambiente, e situações menos fantasiosas.
O interessante é que ela se passa no interior de Mato Grosso, da segunda metade do século XIX, nunca havia lido nada que se passava em tal estado. Também interessante é a escolha que o autor faz de começar cada capítulo com citações de outros famosos autores, que dão ao leitor uma prévia - e até um rumo quanto a interpretação do que está por vim - dos próximos acontecimentos. Pelas notas do livro, percebemos que este autor não cometeu o mesmo erro de Alencar, ele foi de fato ao Mato Grosso conhecer o local, seus costumes e ambiente. Logo, nos sentimos menos bobos.
Ainda não sei bem o que essa obra é, e nem sei se devo saber, dizem que é romântico-realista. Com um fim que não é esteriotipamente "feliz", e nem personagens que mecereçam muitas observações, não foi um livro que me fez refletir, daqueles que você acaba e fica uns segundos olhando para o fim da última página tentando fingir que na primeira leitura algo foi apreendido. Mas tenho certeza que uma certa professora irá "salvar" essa obra para mim. Um livro lido nunca é perdido.
Bom, mas algumas páginas de literatura brasileira - ainda bem que brasileira. TAUNAY, Alfredo d'Escragnolle. Inocência. 3. ed. São Paulo: FTD, 1996. 196 p.
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Desafio II
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Desafio (?!)
sábado, 23 de agosto de 2008
Ainda o Brasil.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Superestrutura
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
livro, livro e livro
Com irônicas alfinetadas, Moraes cumpre o que propõe ao início do livro, um agradável bate papo sobre livros (!). E para aqueles que adoram um cheirinho de livro novo, ou cuidar com especial atenção daquele outro velhinho, enfim, quem já passou por sensações que só um livro pode proporcionar antes, durante e depois de sua leitura se sentirá confortável por essas páginas.Novas descobertas, como a de que a imprensa não chegou com a família real e sim em 1747 com um outro português, como reconhecer que um livro antigo - que ainda não eram paginados, algo contemporâneo - está sem uma página ou foi reconstituído, a diferença entre coleção Brasiliana e Brasiliense, que bibliofilia é um exercício diário e que é enriquecido apenas com a experiência.
Tudo bem que Moraes às vezes é um pouco rigoroso, e acaba nos insultando de leve de uma forma dura, e que seu alto conhecimento na área deixa a desejar nas questões de relativismo e de regionalismo. Algumas poucas vezes me parece que certas observações carregam preconceitos bobos, que a mim não seriam permitidos a uma pessoa como ele. Uma hipótese muito grande de eu está com uma percepção errada é muito mais provável, eu sei.
Por segundos, em alguns parágrafos, deu uma vontade de colecionar livros de uma área tal. Mas logo percebi que não daria certo, iria querer ler todos, ou os emprestaria e, então, seria muito mal sucedida na proposta. Prefiro ter aqui em cima, nas prateleiras, só os mais chegados e queridos.
Bibliófilos seriam um dos guardiões da cultura nacional e mundial, uma das idéias que me vêm quando lembro destes. Porém me parece que também são guardiões no sentido maléfico. Porque é complicado um bibliófilo deixar que seu acervo seja consultado por pessoas de fora, ao mesmo tempo que se deixar, o mesmo logo ia se acabar, já que a maioria das obras são antigas. Uma boa conversa daria essa questão, olha aí Moraes!
Bibliofilia: Arte de colecionar livros tendo em vista circunstâncias especiais ligadas à publicação deles. (Mini Aurélio).
Ah sim, e se alguém com um ar assim de muito sabido vier me perguntar a partir de agora para que serve biblioteconomia, já sei uma ótima resposta.
MORAES, Rubens Borba de. O bibliófilo aprendiz. 4. ed. Brasília: Briquet de Lemos; Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2005. 207 p.
terça-feira, 29 de julho de 2008
transpessoal.
WILBER, Ken. Um deus social: breve introdução a uma sociologia transcendental. Tradução de Claudia Gerpe Duarte. 9.ed. São Paulo: Cultrix, 1993. 193 p.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
I, alfa, 1....
domingo, 20 de julho de 2008
François-Marie Arouet
Primeiro é preciso que seja percebido o imenso fosso entre ser ignorante hoje e ignorante no século 16. Sim, porque Voltaire intitula uma de suas obras de forma altamente irônica para mim. Se ele era um filosófo ignorante, eu nem arrisco dizer o que sou. Tudo bem que eu entendo que quanto mais a gente aprende, menos sabemos, já dizia um outro grande filósofo. Mas é que nossa cultura rasa do século 20/21 chega a ser hilária. Dá pena mesmo. As pessoas aprendem coisas do mundo por meio de aulas capengas de um sistema educacional um tanto falido, assistindo a uma programação televisiva alienante e lendo livros adaptados..etc.etc. E não os culpo por isso. Nós nascemos e tudo estava assim. Alguns percebem que pode ser de outro jeito a tempo, outros possuem a sorte de terem em suas famílias pessoas iluminadas que desde muito não concordam com esse sistema. Mas deixemos disso, mais do mesmo é sempre um pouco cansativo.
Cheguei ao final dessa obra com uma sensação que venho sentindo em tantas outras que leio, de que tenho que ler isso tudo de novo no mínimo umas quatro vezes. Mas enquanto não o faço, vamos ao que me faz admirar um tanto esse moço voltaire.
É muito bom ler alguém que consegue materializar aquilo que você acredita e que ao mesmo tempo quase te convence daquilo que você realmente não acredita. Alma, substância e matéria. Assuntos altamente densos. Mas a explicação de que idéias vêm de sentimentos, e de que precisamos estar vivos para termos sentidos, é algo que me deixou saciada. Nunca concordei com a idéia de que nossa alma (?) sobrevive a morte. Só que, depois de alguns anos, numa carta a uma moça ele inverte quase tudo! É impossível afirmarmos que não existe um Ser. Tá. Tudo bem. Existe. Mas para que acreditar que ele é onipresente, onipotente e tal e tal. Paro por aí. A ignorância minha é tanta que nem me atrevo muito a discutir com o autor. Só não concordo.
Mais uma vez me sinto como se estivesse tomando um sorvete bem gostoso de creme com chocolate em uma tarde quente de verão da Bahia, quando ele começa a falar de cristianismo, "Esmagai a infâmia!"... um dia quando eu ler umas três vezes - no mínimo - a bíblia, eu leio umas outras cinco vezes voltaire de novo, e aí nem sei como vai ser. Sua ironia, doída, é incrível.
Idéia de justiça, metafísica, verdade, razão, sentimentos, enfim....não sei bem como escrever sobre tudo isso ainda. Só entendo que este é um dos grandes autores que pretendo continuar lendo. Mesmo que me machuque.
VOLTAIRE. O filósofo ignorante. Tradução de Antonio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 202 p.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Vermelho
JOYEUX, Maurice. Reflexões sobre a anarquia. Tradução de Plínio Augusto Coêlho. São Paulo: Imaginário, 1999. 88 p. (Coleção escritos anarquistas).
terça-feira, 8 de julho de 2008
Uma contínua introdução
quinta-feira, 26 de junho de 2008
"eu que controlo o meu guidon"?
LOS HERMANOS. Bloco do eu sozinho. Produção: Chico Neves. Rio de Janeiro: BMG, c2001. 1 CD (49 min.)
terça-feira, 17 de junho de 2008
Expedição Transatlântica.
Nunca li um livro tão frio. Sempre me pegava colocando um casaco ao lê-lo.
Em um mundo onde a Guerra era o foco mundial, um grupo de homens decide fazer a grande travessia do continente antártico que nunca fora efetivada. A travessia, porém, não teve importância principal na expedição. O limite humano da vida é o tema, sempre aliado ao imenso esforço do capitão da equipe, Shackleton.
Escrito de uma forma "bestsellerial", é uma leitura leve e interessante, por nos remeter a uma realidade que com certeza não temos muita experiência...gelo, foca, albatrozes, umidade, gelo, pinguim....
Bom para descansar.
LANSING, Alfred. A incrível viagem de shackleton. 2. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004. 346 p.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
"dos Anjos" (?!!)
A Idéia
De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (1884-1914).
Pré-moderno, simbolista ou parnasiano... as bobagens constantes nos rótulos literários são realmente um convite a nossa falta de interesse. Bilac não achou tão ruim assim a perda precoce de um autor tão singular naquela nova República.
A vida para Augusto, que de muito augusto tinham seus versos, era algo tão volátil que por vir ela do ser humano, não deveria ser levada na fantasia amável de um belo soneto. Vermes, dicotiledóneas, mitologias, cemitérios, vísceras, fedor...disso tudo se faz a vida, se vive.
ANJOS, Augusto dos. Eu e outras poesias. Porto Alegre: L&pm Editores, 1998. 190p.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Seria Henfil DO, NO ou AO Brasil?!
Henrique de Souza Filho (1944-1988).
Daqueles que não aceitam a maré.
Daqueles que não agradam.
Daqueles que desconstróem o edificado.
Daqueles que deveriam nascer todos os dias.
Daqueles brasileiros que gostamos de lembrar que existiram.
De uma época que só passou superficialmente.
Afinal, o Henfil era do Brasil, no Brasil ou ao Brasil?