Estava me esquecendo como é fascinante conseguir chegar a resolução de algo por meio de raciocínios lógicos, com contas ou não. De uma coisa mais pura, por assim dizer.
Ir encontrando problemas que são facilmente resolvidos por um calculista afaga o local incerto em mim de que nem tudo possui uma resolução. E que muitas vezes a culpa dessa não solução é minha.
Para além da matemática, encontra-se nesse livro uma convivência com a cultura árabe e com sua religião mulçumana. Várias palavras e costumes ganham um glossário e notas de rodapé que tentam, acanhadamente, nos dar noção de uma realidade que normalmente não damos a mínima, simplesmente por não ser a nossa.
Não concordar com a idéia de que nem de perto a matemática esteja associada, em sua essência, a religião, fui lendo o livro e quebrando a repulsão invisível que tinha dele na estante, sempre era o próximo. Mal eu sabia que ao passar seus capítulos lembrei de grandes momentos da minha vida. Principalmente de Zimba, como até hoje lembro o dia que fui apresentada à equação do segundo grau, sua demonstração e sua resolução lendária vinda com a história do indiano Bháskara e sua filha.
Bom, a história do xadrez não me fez, ainda, ter por ele mais afeição, ainda prefiro um buraco, ou sudoku... e sei que o problema não está no tabuleiro, mas entre ele e a cadeira. Enfim.
No final do livro tive a impressão que muitos professores de matemática estão perdendo a oportunidade de não colocarem na lista do material escolar esse livro. E claro, fazer um trabalho junto aos professores de filosofia para que os mininos não pirem com as mecas, alás, palácios e tal e tal...
"Uma ciência natural é, apenas, uma ciência matemática." (Immanuel Kant)
TAHAN, Malba. O homem que calculava. 65. ed. Ilustrações de Thais Linhares. Rio de Janeiro: Record, 2004. 300 p.
Um comentário:
sempre quis ler esse livro! me foi mto bem recomendado por pessoas queridas... agora deu mais vontade ainda! me empresta?:P
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