quarta-feira, 9 de julho de 2008

Vermelho

Dialética, revolução, classes, ruptura, socialismo, religião, história, educação e luta. Estão aí ótimos motivos para eu ler esse livro. É muito interessante como me sinto a vontade - mesmo não concordando - quando um autor fala dessas coisas todas questionando-as, trabalhando com elas. Algo muito difícil nos tempos de hoje - ou no meu tempo, de repente o problema seja comigo - é você sentar num banco e começar a falar com alguém de luta de classes, de como você ainda hoje e com sua idade já avançada (?) consegue acreditar em certos sonhos potenciais de mudança.
E justamente em um banco - mas este financeiro mesmo - que venho falando e lembrando um pouco disso ultimamente, este livro foi meio conseqüência disso.
Por que será que nenhum projeto revolucionário de mudança de sistema, como o socialismo e o comunismo, não deram plenamente certo tal qual o capitalismo? E qual seria a melhor escolha para se alcançar uma sociedade igual e liberta, liberta e igual? Neste livro, Joyeux, defende seu ponto de vista, e fala que a dialética enquanto forma ou meio de alcançar a revolução é algo falido, que serve mesmo para fazer uma manutenção do sistema. Como um bom pregador - só que nesse caso com várias bíblias - afirma que o Arnaquismo é a melhor maneira de sairmos dessa suja e injusta sociedade.
Concordo na linha da revolução e na questão da alienação religiosa, grande entrave àquela, mas não aceitaria que a dialética não constroi nada a não ser a mesma ordem, e que a educação é menos importante do que a luta. Ou mesmo que o Anarquismo, e os anarquistas, estão com a bola de cristal nas mãos e só por meio desse pensamento nos livraremos desse pequeno poço de merda humana, em sentido de ação e reação humana, que virou nossa sociedade. Os anarquistas podem sim ajudar, como não?! Mas vários outros o podem também.
De uma escrita bem tranquila e com uma linha de pensamento envolvente, acho que este foi um bom livro. É interessante tanto para aqueles que já possuem suas escolhas quanto para os que estão em busca. Ou não! Nem todo mundo precisa de escolhas...racionalmente.



JOYEUX, Maurice. Reflexões sobre a anarquia. Tradução de Plínio Augusto Coêlho. São Paulo: Imaginário, 1999. 88 p. (Coleção escritos anarquistas).

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