sábado, 23 de agosto de 2008

Ainda o Brasil.



Pré-realismo, Romantismo ou Pós-romantismo. Não importa muito. O legal é que os escritores brasileiros deixam, a partir de então, aos poucos para trás aquela melação das mocinhas e mocinhos, do pseudo-nacionalismo, a distorcida idéia do bom selvagem e passam a tratar a sociedade brasileira de uma forma mais sincera.
Um protagonista errado, torto e tosco muitas vezes, vai permeando o cenário do Rio de Janeiro monárquico, ainda. Podemos ver algumas regras caindo e outras se construindo. O mestre-de-cerimônias - um padre - que não é de todo obediente às leis de sua igreja é mostrado de forma cômica pelo o autor que nos leva a observar que aquele Brasil já estava se modificando há muito. O poder da polícia - que ainda engatinhava - tomando cada vez mais força e a percepção que os anos de 1870, com guerras do paraguai, eusébios de queiroz vão influênciando novos comportamentos.
O amor aqui, não é o primeiro amor. Que sim, é importante, porém nem sempre o eterno. Talvez enquanto dure. O amor pode está naquilo que te desperta uma nova visão, um novo que ainda não havia encontrado em outra ou outro. Mas amanhã, bom, o amanhã vai ter que esperar para ver se ele, o amor, vai durar.
Um novo tom irônico, personagens nada previsíveis, intervenções na leitura e nos leitores, início de uma nova maneira de descrição. Que mais um pouco encontraríamos em outras memórias, em um Machado.
Não tenho maturidade e nem técnica para analisar de fato o romance. Mas a minha sensação logo após ler a última página foi a de está pronta para outros, isso para mim é sempre bom.
ALMEIDA, Manuel Antônio da. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: L&PM Pocket, 2002. 220 p.

Um comentário:

Luiz Felipe disse...

Importante mesmo é o amor, seja ele qual for, seja qual for o objeto a ser amado. Independente da corrente literária, do tempo ou da história.