O apoio à proliferação do desmatamento da Floresta Amazônica, a falta de agregação de valor aos produtos exportados, a maneira como garimpeiros e colonos são tratados no Norte, a aceleração dos grandes latifúndios exportadores, relações diplomáticas fracas com os vizinhos hermanos, a alta taxa de migração brasileira, a biopirataria, a enxorrada de dinheiro gasta com nosso funcionalismo público, falta de seriedade com a questão indígena - são alguns dos fatores que o autor aborda no livro e que gera, segundo ele, o subdesenvolvimento sustentável do Brasil.
Ou seja, um país como o Brasil possui um pontecial enorme para ser um Estado mais justo e melhor. Mas parece que sua herança colonial de colônia(!) o persegue, e ainda mais, persegue sua sociedade que não consegue, ou não quer, mudar. Tanto por culpa da manipulação de seus adminstradores e donos do poder, como por achar que essa situação é normal, que para nós já não há mais solução. Uma análise complexa de ser feita, já que quase 30% da nossa população tem que pensar em primeiro lugar, todos os dias, no que e como vai comer amanhã.
Uma parte muito interessante do livro é a que está reservada a América Latina - o que até me fez comprar um mapa. Incrível como sabemos - a maioria, claro - muito mais sobre a Europa ou Estados Unidos do que sobre nossos vizinhos. Se perguntarmos para alguém na rua sobre as crises da Argentina e dos EUA, com certeza teremos mais ignorância quanto a da Argentina. Entendo que são duas medidas, mas não queria entender.
Embora possua uma adjetivação meio forte e alguns chavões um tanto toscos, o conteúdo do livro vale muito a pena para aqueles que queiram conhecer mais sobre as relaçãoes políticas do Brasil na América Latina, e sobre nossa atual situação ambiental, principalmente no Norte.
PROCÓPIO, Argemiro. Subdesenvolvimento sustentável. 2. ed. rev. atual. Curitiba: Juruá, 2008. 352 p.
Um comentário:
Talvez a pior conclusão ao ler esse livro é a de que não sabemos o mínimo necessário para enterdermos a situação da nossa América Latina. A ignorância a respeito de nossos vizinhos é uma falha para nós, brasileiros, que buscamos melhores condições de vida. Não enquanto indivíduos, mas sim como nação.
Mas certamente a pior das falhas é a ignorância no que diz respeito ao nosso próprio país. Vivemos em um mundo onde as notícias são condicionadas, programas e direcionadas. Nada é divulgado sobre o avanço madeireiro na Amazônia, a biopirataria dos produtos brasileiros e muito menos sobre os malefícios da monocultura da tão aclamada soja para o pequeno produtor.
Fazendo uso dos chavões e da forsação(?) sentimental-literária do autor proclamo: Me sinto envergonhado como brasileiro e cidadão
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