segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Estaremos livres?

Ao ler o título desse artigo fiquei altamente curiosa e surpresa. E entendi logo após a leitura o principal motivo dessa minha reação.
Quando percebemos de fato, não em rodinhas de conversa ou em reflexões curtas, mas sim quando incorporamos em nossa vida e suas ações a noção de que nosso sistema econômico dominante está presente e impregnado em tudo que nos cerca, não fica tão difícil perceber que até mesmo o seu curso que tem como lema a disponibilização da informação não consegue sair de seu ninho tecnicista-empreendedor - mesmo tendo muitos resistindo heroicamente .
“Mas é claro!” Foi o que pensei ao ler o artigo. É claro que fiquei surpresa com a proposta das autoras. Simplesmente pelo fato de que na nossa área ninguém se lembra que a todo instante estamos tomando decisões e aprendendo de acordo com as regras do capitalismo. E ninguém escreve ou pensa sobre isso, ou porque não vende e não está nos currículos atuais de pesquisa ou porque... dói.
A questão não é ficarmos fazendo panfletos a todo o momento e enfiando a baixo ou acima da sociedade, mas o importante é percebermos que não só nossa profissão, mas toda e qualquer deve está em sintonia com o bem estar da população como um todo, o mundo. E não me atrevo a falar o porquê, suas conseqüências e meios - vários autores falaram e falam isso bem melhor que eu.
Mesmo que seja difícil haver desprendimento entre esse mundo do ter e o aprendizado universitário, é essencial que ao menos os estudantes tenham a chance de escolher, de tomar sua própria decisão. Ainda temos em algumas Universidades públicas essa oportunidade, porém não muito estimulada.
Ainda chegará o dia em que nossos currículos terão disciplinas mais humanas, que formem iniciados ao saber e não só reprodutores sem razão.

MAIMKONE, Giovana Deliberali; et al. Reflexões sobre as influências do capitalismo no campo da biblioteconomia e ciência da informação. Enc. Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, n. 25, p. 174-187, jan./jun. 2008.

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