terça-feira, 20 de janeiro de 2009

"quinoterapia"


A genialidade de propor que uma garotinha seja a porta voz de ideias altamente filosóficas e políticas, e fazer com que isso tudo gire em torno de outras crianças é incrível e me faz lembrar que o mundo pode ser belo, ao menos quando estamos perto de uma obra como esta.

Um livrinho, só no tamanho, que te faz morrer de rir numa página e na outra querer encontrar qualquer objeto pontiagudo que seja possível de provocar dor. Em especial nesse, é quando Mafalda ganha seu irmãozinho, e de repente não só será mais ela de criança naquela casa, que não deixa de ser uma regionalização do universo doméstico mundial. Afinal de contas, como só Mafalda vai consegui salvar seus pais da mediocridade do se fazer adulto e racional?! Novas possibilidades surgem, e consequentemente, novas e queridas tirinhas também.


Incrível é a forma como Quino faz, já que sabemos, porque todos fomos, que crianças são um processo de evolução decrescente. Caso nós todos conseguíssemos trabalhar com o lado espontâneo e ingênuo infantil para sempre - e nunca parar de desenhar - talvez mafaldinhas poderiam crescer e de fato tentar fazer algo racional por aí. Afinal de contas, porque será que mafalda nunca cresceu?


QUINO. Mafalda 6. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 139 p.



Um comentário:

Luiz Felipe disse...

Mafalda é a voz da verdade através do olhar novo e sem vicios das crianças. Uma forma de falar o que se tem de dizer sem carregar os traumas, verdades e imposições dos adultos.
Acho incrível a maneira como Quino ao mesmo tempo que te faz rir tb é capaz de te dar uma punhalada com uma verdade intregável que tentamos deixar de lado.