A reflexão pode ser percebida de várias maneiras, possui muitos sentidos - dependendo da situação social e receptiva do sujeito - e pode confundir gramaticalmente. Mas quando ao envolvê-la com um espelho e uma criança, acompanhada de um gato, tudo pode ser capaz e possível.
Uma alegoria da vida que mostra que só não é possível aquilo que a gente não faz ser. E que no fim, tudo não passa de incorporações e influências, que um movimento percebe o outro e interage com o mundo. Um mundo que pode ter plantas falantes, isentos com formas ao pé da letra, rainhas indecisas, um cavaleiro que acredita que mesmo não conseguindo ele consegue e que depois de tudo você está mesmo é na sala da sua casa e não adianta mais, e a realidade só chega quando outros não acreditam junto com você. Bom, a não ser que sejamos fortes o suficiente para tentarmos imaginar e sonhar, claro para os que não são mais crianças, até o fim.
Para mim foi mais uma experiência altamente agradável. Embora eu encontre vários desafios quanto ao entendimento pela língua, acredito que sempre seja mais agradável ler no original, mesmo com todo esforço dos queridos tradutores. Um livro, que mesmo em português, merece ser lido mais vezes. Ainda preciso entender bem os movimentos do jogo de xadrez.
Queria às vezes poder ser, plenamente, Alice.
"Ever drifting down the stream
Ligering in the golden gleam -
Life, what is it but not a dream?"
CARROL, Lewis. Through the looking glass. Londres: Penguin Books, 1994. 173 p.
Um comentário:
Os tradutores tentam, mas ainda existem aqueles que simplesmente preferem o texto original.
É um stigma que sempre teremos que lutar contra. Fazer o que?
Alice mostra mais uma vez que existe um mundo muito maior dentro de nós mesmos do que saibamos ou que queremos admitir.
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