sábado, 2 de janeiro de 2010

"Ainda guardo renitente..."

Ao som de um mestre e encantadoramente cansada de uma bela viagem, resolvo falar desse pequeno, porém não menos grande, livro.
Quando um assunto, ou melhor, um dos assuntos da sua vida é assim tão foda, nunca há fim para se atrever a enxergar o mais do mesmo. Como se houvesse esse “mais do mesmo” para certas coisas. Para uma história, uma lembrança, um riso nostálgico da certeza de que ele existe, o teatro.
Minha ignorância foi novamente (!) atestada na leitura. Mesmo estudando academicamente três anos, e outros cinco na vida, muita citação eu nem ao menos havia escutado ou lido sobre. E o pequeno ódio quanto a isso torna minha vontade de ir atrás maior. Por que será que com dramaturgos brasileiros eu não tive contado e com “dramaturgos” televisivos da mesma época sim? Pergunta cretina.
Quanto a divisão temática do livro, bom, antipática seria a palavra. Acho descabido títulos “como se faz teatro”, e dentro do capítulo o autor ensinar como acontece entre diretor e ator, por exemplo. Assim como na própria culinária, não há receitas. Há humanos e momentos. E do jeito que foi colocado, pareceu. Essa foi uma breve impressão de uma primeira leitura.
Claro, não podemos fugir da proposta inicial do livro, como o nome da coleção já mesmo indica, de introduzir o ser que ler ao conteúdo temático daquele número, no caso, o teatro. E foi o que aconteceu em muitas partes mesmo! São muitos detalhes e nomes que eu poderia ler todos os anos que seriam sempre novidades para mim.
Sendo a fonte do livro algo não muito explicável de lindo na minha vida, e seu conteúdo lembrança de uma época que me fez ser, não há razões maiores para não gostar de ter a obra aqui pertinho de mim, logo na estante ao lado.

(Ao som de “Tanto mar” 1978).





PEIXOTO, Fernando. O que é teatro. 14. ed. São Paulo: Brasiliense, 2007. (Coleção Primeiros Passos, 10.). 91 p.

Um comentário:

Yaciara disse...

O ser humano é realmente uma máquina que se recria e constroe suas próprias receitas... O mais fantástico do artista é a capacidade de se reinventar sempre.