“Do pé da serra forma um brejo o marco,
Toda a área conquistada infecta;
Drenar o apodrecido charco,
Seria isso a obra máxima, completa.
Espaço abro a milhões – lá a massa humana viva,
Se não segura, ao menos livre e ativa.
Fértil o campo, verde; homens, rebanhos,
Povoando, prósperos, os sítios ganhos,
Sob a colina que os sombreia e ampara,
Que a multidão ativa-intrépida amontoara.
Paradisíaco agro, ao centro e ao pé;
Lá fora brame, então, até à beira a maré.
E, se para invadi-la à força, lambe a terra,
Comum esforço acode e a brecha aberta cerra.
Sim! Da razão isto é a suprema luz,
A esse sentido, enfim, me entrego, ardente:
À liberdade e à vida só faz jus,
Quem tem de conquistá-las diariamente.
E assim, passam em luta e em destemor,
Criança, adulto e ancião, seus anos de labor.
Quisera eu ver tal povoamento novo,
E em solo livre ver-me em meio a um livre povo.
Sim, ao Momento então diria:
Oh! Para enfim – és tão formoso!
Jamais perecerá, de minha térrea via,
Este vestígio portentoso! –
Na ima presciência desse altíssimo contento,
Vivo ora o máximo, único momento.”
Últimas falas de Fausto. Bastam.
O que não basta é a leitura do livro, há de ser feita várias vezes na vida.
Não conseguiria explicar o que é bom, mal, exato ou vazio na obra. Na verdade, muito pouco eu entendi.
Ás vezes acho que não é para en-ten-der mesmo, pelo menos por enquanto.
O que tentar pensar depois de ler uma fala como a citada acima?!
Demais.
Toda a área conquistada infecta;
Drenar o apodrecido charco,
Seria isso a obra máxima, completa.
Espaço abro a milhões – lá a massa humana viva,
Se não segura, ao menos livre e ativa.
Fértil o campo, verde; homens, rebanhos,
Povoando, prósperos, os sítios ganhos,
Sob a colina que os sombreia e ampara,
Que a multidão ativa-intrépida amontoara.
Paradisíaco agro, ao centro e ao pé;
Lá fora brame, então, até à beira a maré.
E, se para invadi-la à força, lambe a terra,
Comum esforço acode e a brecha aberta cerra.
Sim! Da razão isto é a suprema luz,
A esse sentido, enfim, me entrego, ardente:
À liberdade e à vida só faz jus,
Quem tem de conquistá-las diariamente.
E assim, passam em luta e em destemor,
Criança, adulto e ancião, seus anos de labor.
Quisera eu ver tal povoamento novo,
E em solo livre ver-me em meio a um livre povo.
Sim, ao Momento então diria:
Oh! Para enfim – és tão formoso!
Jamais perecerá, de minha térrea via,
Este vestígio portentoso! –
Na ima presciência desse altíssimo contento,
Vivo ora o máximo, único momento.”
Últimas falas de Fausto. Bastam.
O que não basta é a leitura do livro, há de ser feita várias vezes na vida.
Não conseguiria explicar o que é bom, mal, exato ou vazio na obra. Na verdade, muito pouco eu entendi.
Ás vezes acho que não é para en-ten-der mesmo, pelo menos por enquanto.
O que tentar pensar depois de ler uma fala como a citada acima?!
Demais.
Essa é uma das traduções mais bem feitas da obra, segundo críticos. Jenny Klabin Segall traduziu as duas partes de Fausto, a primeira terminada em 1948 e a segunda lançada em 1970. Na verdade, são poucas as obras em português que possuem as duas partes de Fausto, partes essas que levaram quase a vida interia de Goethe para ficarem prontas, mais precisamente 63 anos. Algo que é feito nesse espaço de tempo e que é permitida a publicação por seu autor, com tamanha riqueza lírica e histórica... resulta como um dos livros mais importantes da literatura mundial.
GOETHE, Johann Wolfgang von. Fausto. Tradução de Jenny Klabin Segall. 5. ed.Belo Horizonte: Itatiaia, 2002. 457 p.
Um comentário:
Belíssimo, né!??
Acabei de ler ontem estes versos, ou seja, o livro todo, na tradução de Agostinho D'Ornellas, Martin Claret.
Estou lendo a tradução de Castilho, que tem online, mas é só a primeira parte; e essa edição mesma que você postou, acabei de orndenar na net. XP
Faço jus ao que você disse de ler várias vezes, né, uehaueh.
Confesso que me senti um tanto consolado quando você disse que não entendeu tudo também...
Bjos.
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