domingo, 27 de setembro de 2009

Alimento

O próprio autor admite o título um tanto abrangente, e que essa “história” nunca acabará.

Decididamente não consigo entender o que a leitura simboliza para mim, muito menos para as demais pessoas. Eu sinto que ela é uma das coisas mais úteis e belas que aprendi na vida, e com certeza, a mais potencial delas. Porque a leitura – não só a de informação registrada, mas principalmente – nunca para de me bater, de me afagar, de me surpreender.

O livro passa por uma linha que envolve tanto o leitor quanto o escritor. Nos mostra como o processo de leitura se deu – principalmente num foco ocidental – e as conseqüências dela na atualidade. Muita informação é passada, e de uma forma atraente, que metalinguisticamente nos faz querer saber o que o próximo capítulo vai nos falar sobre esse costume que se tornou tão fundamental dentre nós.

Porém, também percebemos que a leitura não é algo totalmente belo. Só o fato de existirem pessoas que não tem seu acesso, já é altamente duro de aceitar. Muitas já foram proibidas e queimadas, e ainda continuam, mas agora de forma mais moderna, com a substituição – para aqueles que a aceitam – dela por outras formas de comunicação, que ao contrário dos livros, já trazem uma interpretação cheia de tendencionismos e conceitos deturpados de sociedade e vida.

Vejo que entendo que só por meio dos livros conseguimos encontrar o caminho claro que nos leva a sermos o que pretendemos ser. Não há aula, conversa, revisões, programas televisivos, ou outros afins que substituam o momento em que apenas o leitor e o livro estão juntos, onde a construção do conhecimento se faz da forma mais pura que se pode ter – a partir do momento em que exista a liberdade da escolha de leitura.

Não gostaria de ser quem eu sou, se esse devir não tivesse tido a oportunidade de ler – o pouco – que já leu e que poderá – quem sabe – ler ainda. Por mais que existir não seja fácil, mas mais difícil ainda sem idéias, letras, frases avassaladoras e leituras que te movem a ser algo melhor.

















MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Tradução de Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. 405 p.

3 comentários:

Luiz Felipe disse...

É realmente um privilégio termos essa chance de absorver conhecimentos através da leitura.
Considerando a idade do ser humano a leitura é tecnicamente recente. É incrível como tanta informação importante é capaz de perdurar por séculos, em um livro, bem cuidado por um bibliotecário. Ou ter sua informação difundida por um tradutor.
Que a importância da leitura continue sendo propagada!

Luiz Felipe disse...

Seu ultmo escrito encaixa muito bem com este de um outro blog que acompanho, dessa vez de um tradutor, que te passo o link agora:

http://sopanomel.blogspot.com/2009/09/o-melhor-amigo-do-homem-de-ivo.html

Achei que você ia gostar de ler

Yaciara disse...

O livro precisa ser valorizado acima de tudo. Vejo o quão irônico é falar tanto de Web 2.0 se continuamos num patamar de falta de acesso e falta de letramento... ainda somos um país que precisa valorizar a leitura do papel para progredir ao acesso das informações digitais.

Achei lindo seu blog, Ana. Estarei aqui sempre!