quarta-feira, 19 de novembro de 2008

perigo

O apoio à proliferação do desmatamento da Floresta Amazônica, a falta de agregação de valor aos produtos exportados, a maneira como garimpeiros e colonos são tratados no Norte, a aceleração dos grandes latifúndios exportadores, relações diplomáticas fracas com os vizinhos hermanos, a alta taxa de migração brasileira, a biopirataria, a enxorrada de dinheiro gasta com nosso funcionalismo público, falta de seriedade com a questão indígena - são alguns dos fatores que o autor aborda no livro e que gera, segundo ele, o subdesenvolvimento sustentável do Brasil.
Ou seja, um país como o Brasil possui um pontecial enorme para ser um Estado mais justo e melhor. Mas parece que sua herança colonial de colônia(!) o persegue, e ainda mais, persegue sua sociedade que não consegue, ou não quer, mudar. Tanto por culpa da manipulação de seus adminstradores e donos do poder, como por achar que essa situação é normal, que para nós já não há mais solução. Uma análise complexa de ser feita, já que quase 30% da nossa população tem que pensar em primeiro lugar, todos os dias, no que e como vai comer amanhã.
Uma parte muito interessante do livro é a que está reservada a América Latina - o que até me fez comprar um mapa. Incrível como sabemos - a maioria, claro - muito mais sobre a Europa ou Estados Unidos do que sobre nossos vizinhos. Se perguntarmos para alguém na rua sobre as crises da Argentina e dos EUA, com certeza teremos mais ignorância quanto a da Argentina. Entendo que são duas medidas, mas não queria entender.
Embora possua uma adjetivação meio forte e alguns chavões um tanto toscos, o conteúdo do livro vale muito a pena para aqueles que queiram conhecer mais sobre as relaçãoes políticas do Brasil na América Latina, e sobre nossa atual situação ambiental, principalmente no Norte.
É só conseguir chegar até o final!
PROCÓPIO, Argemiro. Subdesenvolvimento sustentável. 2. ed. rev. atual. Curitiba: Juruá, 2008. 352 p.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Estaremos livres?

Ao ler o título desse artigo fiquei altamente curiosa e surpresa. E entendi logo após a leitura o principal motivo dessa minha reação.
Quando percebemos de fato, não em rodinhas de conversa ou em reflexões curtas, mas sim quando incorporamos em nossa vida e suas ações a noção de que nosso sistema econômico dominante está presente e impregnado em tudo que nos cerca, não fica tão difícil perceber que até mesmo o seu curso que tem como lema a disponibilização da informação não consegue sair de seu ninho tecnicista-empreendedor - mesmo tendo muitos resistindo heroicamente .
“Mas é claro!” Foi o que pensei ao ler o artigo. É claro que fiquei surpresa com a proposta das autoras. Simplesmente pelo fato de que na nossa área ninguém se lembra que a todo instante estamos tomando decisões e aprendendo de acordo com as regras do capitalismo. E ninguém escreve ou pensa sobre isso, ou porque não vende e não está nos currículos atuais de pesquisa ou porque... dói.
A questão não é ficarmos fazendo panfletos a todo o momento e enfiando a baixo ou acima da sociedade, mas o importante é percebermos que não só nossa profissão, mas toda e qualquer deve está em sintonia com o bem estar da população como um todo, o mundo. E não me atrevo a falar o porquê, suas conseqüências e meios - vários autores falaram e falam isso bem melhor que eu.
Mesmo que seja difícil haver desprendimento entre esse mundo do ter e o aprendizado universitário, é essencial que ao menos os estudantes tenham a chance de escolher, de tomar sua própria decisão. Ainda temos em algumas Universidades públicas essa oportunidade, porém não muito estimulada.
Ainda chegará o dia em que nossos currículos terão disciplinas mais humanas, que formem iniciados ao saber e não só reprodutores sem razão.

MAIMKONE, Giovana Deliberali; et al. Reflexões sobre as influências do capitalismo no campo da biblioteconomia e ciência da informação. Enc. Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, n. 25, p. 174-187, jan./jun. 2008.